Oferecer aos alunos a oportunidade de estudar e refletir sobre a relação entre pesquisa, produção de conhecimento e intervenção psicossocial, concernindo populações consideradas em situação de risco pessoal e social, em uma abordagem desenvolvimentista. Assim, buscar-se-á criar condições para que eles: a) conheçam os principais conceitos e delineamentos de investigação nesse campo; b) identifiquem e articulem aspectos psicossociais envolvidos em dinâmicas (sob intervenção ou demandando por) que propiciam ou dificultam o desenvolvimento durante a infância e a adolescência; c) exercitem o raciocínio de articulação entre evidências sobre problemática psicossocial relevante, afetando criança/adolescente e delineamento de intervenção em pesquisa.
Tendo em vista os avanços científicos e a notável produção de conhecimento no campo da Psicologia e Ciências afins, cabe dizer que a articulação entre o saber e o fazer (numa dialética entre ciência e tecnologia) se impõe, e consiste em uma tarefa de grande monta. Neste contexto, é possível dizer que a relação entre pesquisa e intervenção também pode/deve ser tratada cientificamente, sendo esta um problema, ou melhor, um desafio que se coloca de maneira especial àqueles que se interessam pela área em que se implementam ações voltadas às populações vivendo em situações/condições psicossociais particularmente adversas, notadamente crianças e adolescentes.
,Esta disciplina pretende, num primeiro momento, situar historicamente o conceito de infância/adolescência em situação de risco psicossocial e, em seguida, introduzir conceitos importantes para a ciência da prevenção e da implementação de intervenções, discutindo delineamentos e métodos de pesquisas em intervenção preventiva – universal, seletiva ou indicada -.
1) Infância e adolescência e programas de atendimento: perspectivas históricas;
2) Infância e adolescência em situação de risco psicossocial e pesquisas;
3) Pesquisa em intervenção preventiva: conceitos e delineamento;
4) Avaliação de programas de intervenção e pesquisas avaliativas;
Aldwin, Carolyn. (2014). Rethinking Developmental Science. Research in human development. 11. 247-254. 10.1080/15427609.2014.967045.
AZEVEDO, R. N. & Bazon, M. R(2021). Severity levels of physical punishment of children/adolescents: cluster analysis. ESTUDOS DE PSICOLOGIA, v. 38, p. e190088, 2021.
Bosch, R.; Pagerols, M.; Prat, R.; Español-Martín, G.; Rivas, C.; Dolz, M.; Haro, J.M.; Ramos-Quiroga, J.A.; Ribasés, M.; Casas, M. Changes in the Mental Health of Children and Adolescents during the COVID-19 Lockdown: Associated Factors and Life Conditions. Int. J. Environ. Res. Public Health 2022, 19, 4120. https:// doi.org/10.3390/ijerph19074120
Bronfenbrenner, Urie & Evans, Gary. (2001). Developmental Science in the 21st Century: Emerging Questions, Theoretical Models, Research Designs and Empirical Findings. Social Development. 9. 115 - 125. 10.1111/1467-9507.00114.
Cichetti, D.; Cohen, D.J. (1995). Developmental Psychopatology: Theory and Methods. New York: John Wiley & Sons, Inc
Coie, J. D., Watt, N. F., West, S. G., Hawkins, J. D., Asarnow, J. R., Markman, H. J., Ramey, S. L., Shure, M. B., & Long, B. (1993). The science of prevention: A conceptual framework and some directions for a national research program.American Psychologist, 48(10), 1013–1022. https://doi.org/10.1037/0003-066X.48.10.1013
Erwandi, D., Lestari, F., Djunaidi, Z., & Matury, H. J. E. (2021). Review of Psychosocial Risk Approach, Model and Theory. European Journal of Molecular & Clinical Medicine, 8(3), 195-214
Mesman E, Vreeker A, Hillegers M. Resilience and mental health in children and adolescents: an update of the recent literature and future directions (2021). Curr Opin Psychiatry. N 1;34(6):586-592. doi: 10.1097/YCO.0000000000000741. PMID: 34433193; PMCID: PMC8500371.
Mrazek, P. J.; Haggerty R. J. (1994). Reducing risk for mental disordres: frontiers for preventive intervention research / Committee on prevention fo mental disorders, Division of Biobehavioral Sciences and Mental Disorders, Institut of Medicine. Washington: National Academy Press.
Oldehinkel A. J., Ormel J. (2022). Annual research review: Stability of psychopathology: Lessons learned from longitudinal population surveys. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 64(4), 489–502. Crossref PubMed
Seitidis, G., Nikolakopoulos, S., Hennessy, E. et al. Network Meta-Analysis Techniques for Synthesizing Prevention Science Evidence. Prev Sci 23, 415–424 (2022). https://doi.org/10.1007/s11121-021-01289-6
Serin, R. C., Chadwick, N., & Lloyd, C. D. (2016). Dynamic risk and protective factors. Psychology, Crime & Law, 22(1-2), 151-170.
Smith, J.D., Li, D.H. & Rafferty, M.R. The Implementation Research Logic Model: a method for planning, executing, reporting, and synthesizing implementation projects. Implementation Sci 15, 84 (2020). https://doi.org/10.1186/s13012-020-01041-8
Speyer, L. G., Ushakova, A., Hall, H. A., Luciano, M., Auyeung, B., & Murray, A. L. (2022). Analyzing dynamic change in children’s socioemotional development using the strengths and difficulties questionnaire in a large United Kingdom longitudinal study. Journal of Psychopathology and Clinical Science, 131(2), 162–171. https://doi.org/10.1037/abn0000714
Yule, K., Houston, J., & Grych, J. (2019). Resilience in children exposed to violence: A meta-analysis of protective factors across ecological contexts. Clinical child and family psychology review, 22, 406-431.
Walker SP, Wachs TD, Gardner JM, Lozoff B, Wasserman GA, Pollitt E, Carter JA; International Child Development Steering Group (2007). Child development: risk factors for adverse outcomes in developing countries. Lancet. Jan 13;369(9556):145-57. Review. PubMed PMID: 17223478.
Vide Campo Observação
Forma de avaliação:
Avaliação de trabalho escrito relativo à revisão integrativa ou de escopo de literatura de pesquisas sobre fatores de risco e de proteção relacionados a uma problemática de desenvolvimento da escolha do aluno e articulação teórica e metodológica da revisão à uma proposta de intervenção em pesquisa.
Conceitos que serão atribuídos na disciplina:
I - A – Excelente, com direito a crédito: equivale a nota final de 8,5 a 10;
II - B – Bom, com direito a crédito: equivale a nota final de 7 a 8,4;
III - C – Regular, com direito a crédito: equivale a nota final de 5 a 6,9;
IV - R – Reprovado, sem direito a crédito: equivale a nota final de 0 a 4,9.