Dinâmica da Instituição Familiar

5945728-9
Pós-Graduação

Origem:

Psicologia
Psicologia: Processos Culturais e Subjetivação

Vigência

06/12/2018
06/12/2018
2018-11-29 00:00:00

Carga Horária

2 horas
1 horas
6 horas
90 horas
6
10 semanas

Responsáveis:

Geraldo Romanelli
06/12/2018
10/12/2018
06/12/2018
29/11/2018

Clarissa Mendonça Corradi Webster
16/02/2021
16/02/2021
16/02/2021
11/02/2021



Utilizando a abordagem teórica da Antropologia, a disciplina tem como objetivo apreender a dinâmica interna da família de diferentes segmentos sociais do meio urbano. Considerando o processo de mudanças que vem ocorrendo na sociedade brasileira, pretende-se analisar as relações de autoridade e poder e a construção da subjetividade e da identidade de gênero.


O conhecimento da diversidade da organização doméstica, que se expressa em formas de sociabilidade e em modelos culturais diferenciados conforme a inclusão da família em segmentos sociais específicos, é relevante para que o aluno de pós-graduação em Psicologia possa estabelecer as relações entre aspectos socioculturais e a dimensão individual que constituem o sujeito. A análise da dinâmica da instituição doméstica oferecerá subsídios para que o aluno possa compreender as formas de exercício da autoridade e do poder e sua relação com a constituição da subjetividade e da identidade de gênero.


I. Família e sociedade
1. Família e parentesco
2. O modelo de família nuclear e novos arranjos domésticos
II. A constituição da subjetividade
1. O contexto modernizador: modernidade cultural e família
2. Identidade e relações de gênero
3. A constituição da feminilidade e da masculinidade
III. Conjugalidade, individualidade e autoridade
1. Famílias de camadas médias e individualização
2. Famílias de camadas populares
3. Famílias patrifocais e paternagem
4. Famílias recompostas e fratrias


ABADE, F.; ROMANELLI, G. Paternidade e paternagem em famílias patrifocais. Revista Estudos Feministas, v. 26, n. 2, p. 1-17, 2018.
ABOIM, S. Da pluralidade dos afetos. Trajetórias e orientações amorosas nas conjugalidades contemporâneas. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 2, n. 70, p. 107-122, 2009.
ALVES, J.E.D.; CAVENAGHI, S.M.; BARROS, L.F.W. A família DINC no Brasil : algumas características sócio-demográficas. Rio de Janeiro: IBGE. Escola Nacional de Ciências Estatísticas, p. 1-34, 2010.
BILAC, E. D. Mãe certa, pai incerto: da construção social à normatização jurídica da paternidade e da filiação. In: SILVA, R.P.; AZEVEDO, J.C. de (Orgs.). Direitos da família: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: LTr. 1999, p. 13-28.
BOURDIEU, P. O espírito da família. In: BOURDIEU, P. Razões práticas. Sobre a teoria da educação. Campinas: Papirus, 1996, p. 125-135.
BURGUIÈRE, A.; KLAPISCH-ZUBER, C.; SEGALEN, M. & ZONABEND, F. (Orgs.). História da família, v. 4. Lisboa: Terramar, 1999.
CADOLLE, S. Être parente, être beau-parent. La recomposition de la famille. Paris: Odile Jacob, 2000.
CARSTEN, J. Introduction: cultures of relatedness. In: CARSTEN, J. (Org.), Cultures of relatedness. New approaches to the study of kinship. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, p. 1-36.
CARVALHO, M.P.; LOGES, T.A.; SENKEVICS, A.S. Famílias de setores populares e escolarização: acompanhamento escolar e planos de futuro para filhos e filhas. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 24, n. 1. p. 81-99, 2016.
CERE, D. Toward an integrative account of parenthood. In: MCCAIN, L; CERE, D. (Orgs.). What is parenthood? New York: New York University Press, 2013, p.19-40.
COLLIER, J.; ROSALDO, M.Z. & YANAGISAKO, S. Is there a family? New anthropological views. In: THORNE, B & YALOM, M. (Orgs.). Rethinking the family. Some feminist questions. Boston: Northeastern Univ. Presss, 1992, p. 31-48.
COSTA, J.F. Sem fraude nem favor. Estudos sobre o amor romântico. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
DURHAM, E.R. Família e reprodução humana. In: DURHAM, E.R. et al. Perspectivas antropológicas da mulher 3. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 13-44.
FONSECA, C. Quando cada caso NÂO é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação, 10, p. 58-78,1999.
FONSECA, C. A certeza que pariu a dúvida: paternidade e DNA. Estudos Feministas. v. 12, n.2, p. 13-34, 2004.
FONSECA, C. Concepções de família e práticas de intervenção: uma contribuição antropológica. Saúde e Sociedade. v. 14, n. 2, p. 50-59, 2005,
GIDDENS, A. A transformação da intimidade. São Paulo: Ed. UNESP, 1993.
GILLIGAN, C. Uma voz diferente. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1982.
GOLDENBERG, M. Novas famílias nas camadas médias urbanas. Terceiro encontro de Psicólogos Jurídicos, Rio de Janeiro: EMERJ/ESAJ, p. 18-26, 2003.
ITABORAÍ, N.R. Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012). Rio de Janeiro: Garamond, 2017.
LAMB, M.E. Introduction: the emergent american father. In M. E. LAMB (Org.). The father's role. London: Lawrende Erlbaum Ass. Publishers, 1987, p. 3-25.
LOBO, C. Parentalidade social, fratrias e relações intergeracionais nas recomposições familiares.Sociologia, problemas e práticas, 59, p. 45-74, 2009.
MARCHI, RC. Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu, 37, p. 387-406, 2011.
MARSIGLIO, W; HINOJOSA, R. Managing the Multifather Family: Stepfathers as Father Allies. Journal of Marriage and Family, 69 p.845–862, 2007.
MARTINS, T. O pai/padrasto em famílias recompostas. Diss.de mestrado. FFCL-RP-USP. 2018.
MAUSS, M. A expressão obrigatória dos sentimentos. In: OLIVEIRA, R.C. (Org.). Mauss. Antropologia. São Paulo: Ática, 1979, p. 147-153.
MENEZES, M.; THIBES, M.Z. As desigualdades nas narrativas de homens e mulheres no ABC paulista: gênero, família e trabalho. Trabalho apesentado no 41º Encontro Anual da ANPOCS. 2017. www.anpocs.com/index
MONTANDON, C. As práticas educativas parentais e a experiência das crianças. Educação & sociedade. Campinas, v. 26, n. 91, p. 485-507, 2005.
MORAES, M.L.Q. A nova família e a ordem jurídica. Cadernos Pagu,37, p. 407-425, 2011.
MEULDERS-KLEIN, M-T. & THÉRY, I. (Orgs.). Les recompositions familiales aujourd'hui. Paris: Nathan, 1993.
MUSZKAT, M.E. O homem subjugado. O dilema das masculinidades no mundo contemporâneo. São Paulo: Summus, 2018.
OLIVEIRA, R.C. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. In: OLIVEIRA, R.C. O trabalho do antropólogo. São Paulo: Ed.UNESP, 1998, p. 17-35.
ORTNER, S. Subjetividade e crítica cultural. Horizontes antropológicos. 28, p. 375-405, 2007.
ROMANELLI, G. Autoridade e poder na família. In: CARVALHO, M.do C.B.de (Org.). A família contemporânea em debate. São Paulo: EDUC/Cortez, 1995, p. 73-88.
ROMANELLI, G. Paternidade em famílias de camadas médias. Estudos e pesquisas em psicologia, 2, p. 79-95, 2003,
ROMANELLI, G. Família e escola: arranjos diversos. Revista Pedagógica, v.18, n.38, p. 78-96, maio/ago, 2016.
ROMANELLI, G. O pai e a escolarização dos filhos. Doxa. Revista Brasileira de Psicologia Educacional, v. 19, n.2, p. 321-337, 2017.
SARTI, C. Famílias enredadas In: ACOSTA, A.R. & VITALE, J.A.F. (Orgs.). Família. Redes, laços e políticas públicas. São Paulo: Cortez Ed./PUC-SP, 200l, p. 21-36.
SCOTT, A.S.V. População e família no Brasil contemporâneo: muitas mudanças e algumas reflexões. Revista Brasileira de estudos da população, v. 29, n. 1, p. 3-5, 2012.
SELLENET, C.; PAQUE, C. L’enfant préféré. Chance ou fardeau? Paris: Belin, 2013.
SETTON, M.G.J. Teorias da socialização: um estudo sobre as relações entre indivíduo e sociedade. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 4, p. 711-724, 2011.
SILVA, I.O.; LUZ, I.R. Meninos na Educação Infantil: o olhar das educadoras sobre a diversidade de gênero. Cadernos Pagu, 34, p. 17-39, 2010.
SINGLY, F. O nascimento do "indivíduo individualizado" e seus efeitos na vida conjugal e familiar. In: PEIXOTO, C.E.; SINGLY, F. & CICCHELLI, V. Família e individualização. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000, p. 13-19.
SINGLY, F. Sociologia da familia contemporânea. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2007.
SORJ, B.; DAFLON, V.T.; GRILLO, B.R.S.“Estar presente”: a extensão da licença paternidade e a ideologia do “novo pai”. Trabalho apesentado no 41º Encontro Anual da ANPOCS. 2017.www.anpocs.com/index
THÉRY, I. Les constelations familiales recomposées et le rapport au temps: une question de culture et de société In: MEULDERS-KLEIN, M-T. & THÉRY, I. (Orgs.). Quels repçres pour les familles recomposées? Paris: Librarie Générale de Droit et de Jurisprudence, 1995, p. 13-34.
TOMÁS, M.C. Reviewing family studies: a brief comment on selected topics. Revista Brasileira de estudos da População. v. 30, n. 1, p. 171-19, 2013.
VIEIRA, E.M.; SOUZA, L. Guarda paterna e representações sociais de paternidade e maternidade. Análise Psicológica, v. 4, n. XXVIII, p. 581-596, 2010.
WAGNER, A. Possibilidades e potencialidades da família. A construção de novos arranjos a partir do recasamento. In: WAGNER, A. (Org.). Família em cena. Tramas, dramas e transformações. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 23-38.
WATARAI, F. Introdução. In: WATARI, F. Filhos, pais, padrastos: relações domésticas em famílias recompostas das camadas populares. Tese de doutorado, FFCL-RP-USP. 2010. p. 11-42.


Vide Campo Observação


Forma de avaliação: Trabalho escrito: peso 7 (sete)
Seminário: peso 3 (três).
Média final: As notas da prova e do seminário serão multiplicadas pelos respectivos pesos e a soma de ambas será dividida por 10 (dez).

NORMAS DE RECUPERAÇÃO:
Prova escrita sobre o conteúdo da disciplina, no prazo previsto pela regulamentação.

Página Anterior