Filosofia da Ciência e Pesquisas em Psicologia

5945180-1
Pós-Graduação

Origem:

Psicologia
Psicologia em Saúde e Desenvolvimento

Vigência

06/06/2024
06/06/2024
2024-05-23 00:00:00

Carga Horária

2 horas
1 horas
3 horas
90 horas
6
15 semanas

Responsável:

Laura Vilela e Souza
06/06/2024
06/06/2024
06/06/2024
23/05/2024



O objetivo desta disciplina é fornecer as/aos estudantes uma compreensão abrangente do desenvolvimento da ciência ao longo da história, examinando as mudanças nas teorias, metodologias e paradigmas científicos. Além disso, a disciplina visa aprofundar o conhecimento sobre os aspectos filosóficos e epistemológicos que fundamentam as práticas de pesquisa em Psicologia e explorar as interações entre ciência, sociedade e cultura.


Compreender a história da ciência e os debates filosóficos que moldam suas práticas é crucial para formar pesquisadores/as e profissionais capazes de refletir criticamente sobre seus próprios métodos e resultados. Além disso, esta perspectiva ajuda a promover uma visão mais integrada do conhecimento, reconhecendo a influência de fatores sociais, culturais, éticos e políticos na produção científica. A disciplina também aborda questões contemporâneas relevantes, preparando as/os estudantes para enfrentar os dilemas atuais que a produção científica na área apresenta.


1. Introdução à História da Ciência
• Definição e escopo da história da ciência
• Principais marcos ao longo da história
• Teorias e paradigmas científicos
• Os paradigmas científicos e as pesquisas em Psicologia
2. Filosofia da Ciência: Conceitos Fundamentais
• Natureza da ciência e seus métodos
• Indução, dedução e abdução
• Realismo científico, construtivismo e instrumentalismo
• Explicação científica e causalidade
• Realismo e antirrealismo nas pesquisas em Psicologia
3. Teorias do Conhecimento e Abordagens Filosóficas
• Epistemologia: teorias tradicionais e contemporâneas
• Empirismo versus racionalismo
• Ceticismo e relativismo
• Conhecimento científico e suas limitações
• As pesquisas em Psicologia e suas epistemologias
4. Revoluções Científicas e Mudança de Paradigmas
• Paradigmas científicos e suas transformações
• Teoria da Evolução e sua influência na biologia
• Revolução Copernicana e o heliocentrismo
• Teoria da Relatividade e a nova concepção do espaço-tempo
5. Teorias Contemporâneas e Diversidade de Perspectivas
• Viradas em ciência: Virada linguística, ontológica e pragmática
• Realismo Crítico e Especulativo
• Novos materialismos
• Epistemologias feministas
• Epistemologias Indígenas
6. Questões Éticas e Sociais na Ciência
• O Debate da demarcação entre ciência e pseudociência no campo das pesquisas em Psicologia
• Ética na pesquisa científica no campo da Psicologia
• Contexto cultural e social da produção científica
• Ciência e colonialismo
• Apropriação cultural do conhecimento científico


Almeida, Mauro (2021). Caipora e outros conflitos ontológicos. São Paulo: UBU editora.
Anzaldúa, Glória. (2017). Queer(izar) a escritora – Loca, escritora y chicana. Tradução de tatiana nascimento. In: Brandão, Izabel (Org.) Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis, EDUFAL, Editora da UFSC.
Bachelard, Gaston. (1996). Formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto.
Bacon, Francis. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza; Nova Atlântida Tradução e notas J. A. R. de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).
Baniwa, Gersem. (2022). As contribuições dos povos indígenas para o desenvolvimento da ciência no Brasil: Os povos originários colaboram de diversas formas com a sociedade brasileira desde a chegada dos portugueses até os dias de hoje. Ciência e Cultura, 74(3), 1-6. https://dx.doi.org/10.5935/2317-6660.20220048
Barad, Karen. (2007). Meeting the universe halfway: Quantum physics and the entanglement of matter and meaning. Durham: Duke University.
Bartesagui, Mariaelena, & Castor, Theresa (2008). Social Construction in Communication Re-Constituting the Conversation. Annals of the International Communication Association, 32(1):1-39. https://doi.org/10.1080/23808985.2008.11679074
Carnap, Rudolf. (1965). Psicologia en lenguaje fisicalista (L. Aldama, U. Frisch, C. N. Molina, F. M. Torner & R. R. Harrel, Trads.). Em A. J. Ayer (Org.), El positivismo lógico (pp. 171-204). México: Fondo de Cultura Económica. (Original publicado em 1932-33).
Carneiro, Aparecida Sueli. (2005). A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. 2005. 339f. Tese (Doutora em Educação junto à Área Filosofia da Educação) – Programa de PósGraduação em Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP, São Paulo.
Code, Lorraine. (1991). What Can She Know?: Feminist Theory and the Construction of Knowledge. Ithaca, NY: Cornell University Press. https://doi.org/10.7591/9781501735738
Collins, Patrícia Hill. (2019). Epistemologia Feminista Negra. In: Bernadino-Costa, Joaze; Maldonado-Torres, Nelson; Grosfoguel, Ramón. Decolonialidade e Pensamento Afrodiaspórico. (Coleção Cultura Negra e Identidade). 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica.
Cordeiro, Mariana P., Lopes, Felipe T. P., Brigagão, Jacqueline, I. M., & Rasera, Emerson F. (Orgs.), Diálogos sobre Construcionismo Social: Entrevistas com Kenneth Gergen, Lupicinio Íñiguez-Rueda, Mary Jane Spink e Tomás Ibáñez. 1ed.Curitiba, São Paulo: CRV: IPUSP.
Descartes Rene. (1991). Discurso do método; As paixões da alma; Meditações metafísicas. 5a Ed. São Paulo: Nova Cultural. (Coleção Os Pensadores).
Descola, Philippe. (2013). A antropologia da natureza de Philippe Descola. Entrevista. Topoi. Revista de História, 14, 27.
Diagne, Souleymane Bachir. (2001). Africanity as na open question. In: Diagne, S. B. et al. Identity and beyond: rethinking africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, p. 19-24. Disponível em: https://www.worldcat.org/title/identity-and-beyond-rethinking-africanity/oclc/48839671 Acesso em: 03 abr. 2021.
» https://www.worldcat.org/title/identity-and-beyond-rethinking-africanity/oclc/48839671
Dotson, Kristie. (2012). A Cautionary Tale: On Limiting Epistemic Oppression. Frontiers: A Journal of Women Studies, 33, 1, p. 24–47.
» https://doi.org/10.5250/fronjwomestud.33.1.0024
Ela, Jean-Marc. (2016). As culturas Africanas no âmbito da Racionalidade Científica – Livro II. Tradução Sílvia Neto. Coleção Reler África. Luanda, Angola: Edições Pedagogo & Edições Mulemba da Faculdade de Ciências Sociais – UAN.
Elder-Vass, Dave. (2013). Towards a realist social constructionism. Sociologia, Problemas e Práticas, 70. Recuperado de [http://journals.openedition.org/spp/1041]
Feyerabend, Paul. (1989). Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
Fleck, Ludwik. (2010). Gênese e desenvolvimento de um fato científico.Trad., Georg Otte, Mariana Camilo de Oliveira. Belo Horizonte: Fabrefactum.
Fricker, Miranda. (2007). Epistemic Injustice: Power & the Ethics of Knowing. Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1111/j.1527-2001.2010.01098.x
Gabriel, Markus. (2016). O sentido da existência: Para um novo realismo ontológico. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Galilei, Galileu. (2010). Sidereus Nuncius: O mensageiro das estrelas. 2ª Ed. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
Gamble, Christopher N., Hanan, Joshua S., Nail, Thomas (2022). O que é o novo materialismo? (T. Igor C. Viana e Caio Hoffmann). (Des)troços: Revista De Pensamento Radical, 2(2), 188–219. https://doi.org/10.53981/destroos.v2i2.36348
Gergen, Kenneth (1985). The social constructionist movement in modern psychology. American Psychologist, 40(3), 266-275.
Gonzalez, Lélia; Hasenbalg, Carlos (org.). (1982). Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero.
Haraway, Donna. (2009). Saberes localizados: A questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, (5), 7–41. Recuperado de https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773
Harding, Sandra. (2008). Sciences from Below: Feminisms, Postcolonialities, and Modernities. Duke University Press.
Henare, Amira; Holbraad, Martin & Wastell, Sari. (2007). Introduction: thinking through things. In: Thinking through things: theorizing artefacts ethnographically London/New York: Routledge, p. 1-31.
Holbraad, Martin, & Pederson, Morten A. (2017). The Ontological Turn. Cambridge: Cambridge University Press.
Hountondji, Paulin J. (org.). (2012). O Antigo e o Moderno: A produção do saber na África Contemporânea. Tradução Manuel F. Ferreira et al. Coleção Reler África. Luanda, Angola: Edições Pedagogo/Edições Mulemba da Faculdade de Ciências Sociais – UAN.
Ingold, Tim (2012). Trazendo as coisas de volta à vida: Emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, 18(37), 25–44. https://doi.org/10.1590/S0104-71832012000100002
Kirby, Vicki (Ed.). (2017). What if culture was nature all along? Edinburgh: Edinburgh University.
Krenak, Ailton. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
Kuhn, Thomas S. (1997). A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A.
Lacerda, Gustavo. B. de (2009). Augusto Comte e o "positivismo" redescobertos. Revista De Sociologia E Política, 17(34), 319–343. https://doi.org/10.1590/S0104-44782009000300021
Lakatos, Imre (ed.) (1968). The problem of inductive logic. Amsterdam: North Holland Pub. Co.
Latour, Bruno (1994). Jamais fomos modernos. São Paulo: Editora 34.
Massola, Gustavo. M., Crochík, José Leon, & Svartman, Bernardo P. (2016). A psicologia como ciência empírica. Psicologia USP, 27(3), 379–394. https://doi.org/10.1590/0103-656420162703
Mbembe, Achile. (2017). “A era do humanismo está terminando”. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/564255-achille-mbembe-a-era-do-humanismo-esta-terminando
McKittrick, Katherine. (2021). Dear Science and Other Stories. Duke University Press.
Meillassoux, Quentin. (2006). Após a finitude: Ensaio sobre a necessidade da contingência (T. Lucas Lazzaretti). Rio de Janeiro: Editora 7 letras.
Mohanty, Chandra Talpade. (2017). Sob os olhos do ocidente: Estudos feministas e discursos coloniais. Tradução de Maria Isabel de Castro Lima. In: Brandão, Izabel (org.) Traduções da cultura: Perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis, EDUFAL, Editora da UFSC.
Mol, Annemarie (1999). Ontological Politics: A word and some questions. In John Law & John Hassard (Orgs.), Actor Network Theory and after (pp. 74-89). Oxford: Blackwell Publishing.
Mol, Annemarie (2002). The body multiple: Ontology in medical practice. Londres: Duke University Press.
Noys, Benjamin. (2011, Dezembro 8). The Discreet Charm of Bruno Latour, or the Critique of ‘Anti-critique’. Comunicação apresentada no Centre for Critical Theory, University of Nottingham. http://www.academia.edu/1477950/The_Discreet_Charm_of_Bruno_Latour_or_the_critique_of_anti-critique
Oyěwùmí, Oyçrónkẹ. (2002). Visualizing the Body: Western Theories and African Subjects (p. 391-415). In: Coetzee, Peter H.; Roux, Abraham P. J. (org.). The African Philosophy Reader. Tradução Wanderson Flor do Nascimento. New York: Routledge.
Popper, Karl. (1980). A miséria do Historicismo. Tradução de Octany S. Mota e Leônidas Hegenberg. - São Paulo: Cultrix: Ed. da Universidade de São Paulo.
Popper, Karl. (1993). A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix.
Quelbani, M. (2009). O Círculo de Viena. Tradução de M. MARCIONILO. São Paulo: Parábola Editorial.
Quijano, Aníbal. (2000). “Colonialidad del Poder, Eurocentrismo y América Latina”. Edgardo Lander (ed). La colonialidad del saber: Eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. (281-348). Caracas: FACES/UCV UNESCO.
Rivera Cusicanqui, Silvia. (2010). Ch’ixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores Buenos Aires, Tinta Limón.
Said, Edward W. (2007). Orientalismo: O oriente como invenção do ocidente São Paulo, Companhia de Bolso.
Smith, Linda Tuhiwai. (2018). Descolonizando Metodologias: Pesquisa e Povos Indígenas, Curitiba, Ed. UFPR.
Spivak, Gayatri C. (2014). Pode o subalterno falar? Belo Horizonte, Editora UFMG.
Stengers, Isabelle. (2002). A invenção das ciências modernas. São Paulo: Editora 34.
St. Pierre Elizabeth A. (2017). Post qualitative inquiry: The next generation. In Norman K. Denzin, Michael D. Giardina (Eds.), Qualitative inquiry in neoliberal times (pp. 37–47). Sage.
Strathern, Marylin. (1999). No limite de uma certa linguagem. Mana, 5, 2, 157-175.
Viveiros de Castro, Eduardo. (2015). Metafísicas canibais: Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo, Cosac Naify.

E outros artigos científicos na área.


• Participação ativa nas discussões em sala (40%)
• Ensaio crítico sobre os temas abordados (60%)

CONCEITOS QUE SERÃO ATRIBUÍDOS NA DISCIPLINA:

A nota final será calculada pela média ponderada das notas das duas formas de avaliação: Participação ativa nas discussões em sala (40%) e Ensaio crítico sobre os temas abordados (60%). Essa nota final seguirá as seguintes equivalências:
O conceito A equivale a nota final de 9,0 a 10,0
O conceito B equivale a nota final de 7,0 a 8,9
O conceito C equivale a nota final de 5,0 a 6,9
O conceito R equivale a nota final de 0 a 4,9


Página Anterior