a) Analisar e discutir alguns conceitos que fundamentam e orientam a teoria e a prática da Etnografia a partir do estudo dos clássicos e modernos;
b) Leitura de etnografias em áreas como psicologia, antropologia e outras;
c) Incentivar a prática da etnografia por meio de experiências de pesquisa de campo;
d) Apresentar e discutir temas emergentes relacionados (ou em interface) aos contextos decolonias.
A disciplina pretende contribuir na formação de pesquisadores psicólogos ou de outras áreas de conhecimento a fim de que o conteúdo exposto possa auxiliar na produção de etnografias e na discussão aprofundada sobre o método, teoria e prática antropológica. As pesquisas qualitativas se beneficiam de uma escrita que envolvam observação participante em diversos campos de saberes e afinada com os debates contemporâneos de colonialidade e decolonialidade. Espera-se que o aluno possa construir, ao final da disciplina, uma reflexão focada nos seus interesses de pesquisa, que contribua para que ele possa pensar em intersecções temáticas.
): a) Etnografia Clássica b) Etnografia moderna c) antropologia decolonial d) etnografia da saúde
Etnografia como teoria e prática traz discussões a respeito da produção etnográfica clássica e moderna e seus usos na produção do conhecimento em contextos diversos.
ABU-LUGHOD, L. A escrita contra a cultura. Equatorial, v. 5, n. 8, pp.193-226, jan/jun 2018.
ALVES, Ygor Diego Delgado ; Pereira, Pedro Paulo Gomes . Etnografía de un colectivo centrado en la generación de ingresos para mujeres cis y transgénero en Cracolândia. Encuentros Latinoamericanos (Montevideo), v. 6, p. 73-95, 2022.
Alves, Ygor Diego Delgado; Pereira, Pedro Paulo Gomes. Aspectos ético-metodológicos do fazer etnográfico a partir do convívio com usuários de crack. CADERNOS DE CAMPO (USP), v. 27, p. 376-398, 2018.
BASTOS, RAQUEL LITTÉRIO DE; Pereira, Pedro Paulo Gomes. Mães Waldorf: gestação e parto na comunidade antroposófica. Interface (Botucatu. Online) , v. 22, p. 505-516, 2018.
Barbosa-FERREIRA, Francirosy Campos . Mais de mil e uma noites de experiência etnográfica: uma construção metodológica para pesquisadores performers da religião. Etnográfica (Lisboa, v. Vol.13, p. 441-464, 2009.
BARBOSA-FERREIRA, Francirosy Campos. Teatralização do sagrado islâmico: a palavra, a voz e o gesto. Religião & Sociedade (Impresso), v. 29, p. 95-125, 2009.
BARBOSA, Francirosy, C; PAIVA, Camila, M. Sexo/prazer no Islam é devoção. In: Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 37(3): 198-223, 2017 http://www.scielo.br/pdf/rs/v37n3/0100-8587-rs-37-3-00198.pdf
2015.
BARBOSA-FERREIRA, Francirosy Campos. Antropologia e Misticismo: diálogos com uma
nativa na rede. Iluminuras (Porto Alegre), v. 14, p. 146, 2013.
BARBOSA-FERREIRA, FRANCIROSY CAMPOS. POR UMA ANTROPOLOGIA DOS DIVERSOS SAINDO DA INVISIBILIDADE: IMAGÉTICA, PERFORMÁTICA PARA UM DIÁLOGO AMPLO COM A (ETNO)PSICOLOGIA. Revista da SPAGESP, v. 13, p. 23-29, 2013.
Barbosa, Francirosy, C. Ramadan, 2021. Às beduínas de nossas etnografias - uma leitura de A escrita dos mundos de mulheres. https://www.scielo.br/j/ra/a/qcm7wvrPZXH78TbNrVyd9Tz/?lang=pt
BIEHL, João. Antropologia do devir: psicofármacos – abandono social – desejo
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6822823/mod_resource/content/1/Biehl%2C%20J.%20Antropologia%20do%20devir.pdf
BARLAS, Asma. Globalização da igualdade: a mulher muçulmana, teologia e feminismos. Disponível em: http://www.fumec.br/revistas/meritum/article/view/1204.
BUTLER, Judith. 2019. Corpos que importam. Os limites discursivos do "sexo". São Paulo: N1 Edições. Cap4. https://transreads.org/wp-content/uploads/2021/07/2021-07- 28_61015fcd45193_CorposqueimportamoslimitesdiscursivosdosexoPortuguezeEditionbyJud ithButlerzlib.org_.pdf#%5B%7B%22num%22%3A1399%2C%22gen%22%3A0%7D%2C%7B%22nam e%22%3A%22XYZ%22%7D%2C76.500008%2C700.5%2C0%5Dde Corpos que importam
CARDOSO, R. (Org.). A aventura antropológica– teoria e pesquisa. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997
Carvalho, José, J. de. (2001). O olhar etnográfico e a voz subalterna. Horizontes Antropológicos, 7 (Horizontes antropológicos). 2001 7(15) https://www.scielo.br/j/ha/a/kNnShbTR3wLSWgCspyx8JBv/#
Castro. Rosana. Pele negra, jalecos brancos: racismo, cor(po) e (est)ética no trabalho de campo antropológico. In: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/192796/181377
Castro. Rosana. Economias políticas da doença e da saúde: população, raça e letalidade na experimentação farmacêutica
https://revistas.unilab.edu.br/index.php/Antropologia/article/view/281
CLIFFORD, J e MARCUS, G. Writing culture. The poetics and politics of ethnography. Berkley: University of California Press, 1986.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. RJ, Ed UFRJ, 1998.
CLIFFORD, J. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, J. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998. p. 17-62.
DA MATTA, Roberto. "O oficio de etnólogo, ou como ter anthropological blues". In: NUNES, Edson de Oliveira (organizador). A aventura sociológica: objetividade, paixão, improviso e método na pesquisa social. Rio de Janeiro, Zahar, 1978. p. 23-35
DA MATTA, Roberto. Relativizando, uma introdução a antropologia social. Rio de Janeiro, Petrópolis, 1981.
Das, Veena. O evento e o cotidiano. In: Vida e palavras- a violência e sua descida ao ordinário. São Paulo: Editora Unifesp, 2020, p.21-42.
Das, Veena. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332011000200002&script=sci_arttext
EVANS-PRITCHARD, E. E. – Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de campo (Apêndice IV) In Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005, p. 243-255.
FABIAN, J. A prática etnográfica como compartilhamento do tempo e como objetivação. Mana. 2006,vol.12, n.2 pp.503-520
FAVRET-SAADA, J. Être affecté. Gradhiva, n. 8, p. 3-10, 1990.
FAVRET-SAADA, Jeanne – Ser afetado In Cadernos de Campo, nº 13, 2005, p.155- 161. Disponível em http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/viewFile/50263/54376
FONSECA, Claudia. 2000. "Aliados e rivais na família". In. Família, fofoca e honra. Etnografia de relações de gênero e violência em grupos populares. Porto Alegre: Editora da Universidade. pp. 53-88 (cap. 2 do família, fofoca e honra).
FLEISCHER, Soraya. Descontrolada: uma etnografia dos problemas de pressão. 1. ed. São Carlos: Editora da Universidade Federal de São Carlos, 2018. v. 500. 261p.
Fleischer, S., & Batista, M. (2018). O tempo da falta e o tempo da bonança: experiências de cronicidade na Guariroba, Ceilândia/DF. Anuário Antropológico, 38(2), 195–224
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6862
FLEISCHER, S. Os problemas de pressão na Guariroba/DF, Brasil: um aporte da antropologia para pensar doenças crônicas cardiovasculares. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. Ciênc. saúde coletiva, 2019 24(7), p. 2617–2626, jul. 2019.
https://www.scielo.br/j/csc/a/fNvr9Jf4ysWbLP7Y5WSCsVG/?lang=pt#
https://mundareu.labjor.unicamp.br/
GARCÍA CANCLINI, Néstor. 2019. Ciudadanos reemplazados por algoritmos. Guadalajara: Calas
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro : Zahar, 1978.
GEERTZ, Clifford. Anti-anti relativismo. In: Revista Brasileira de Ciencias Sociais. n. 8. vol.3, Anpocs. SP.
GEERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro, Zahar, 2001.
GOLDMAN, M. Os tambores dos mortos e os tambores dos vivos. Etnografi a, antropologia e política em Ilhéus, Bahia. Revista de Antropologia, São Paulo: USP, v. 46, n. 2, p. 423-444, 2003
GOLDMAN, Márcio. Jeanne Favret-Saada, os afetos, a etnografia In Cadernos de Campo, nº 13, 2005, p.149-153. Disponível em http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/50262
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial.Cadernos Pagu 5 (2009): 7-41.
HINE, Christine. 2004. Etnografía virtual. Barcelona: Editorial UOC.
INGOLD, Tim. Epilogue: Anthropology is not Ethnography. In: ______. Being Alive. Routledge: London and New York, 2011. pp. 229-243
GONZALES, Lélia. Por un feminismo afro-latinoamericano. Mujeres, Crisis y Movimiento. Ediciones de la Mujer del ISIS Internacional, n. 9, p. 133-140, 1988.
LATOUR, Bruno. 2012. Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador/Bauru: Edufba/Edusc, Introdução: Como retomar a tarefa de descobrir associações, p. 17-38.
LEAL DE BARROS, Mariana. Sangue lavado: psicanálise, branquitude e implicações subjetivas para negras;e/0s e não-negros/e/os. In: Islam , decolonialidade e(m) diálogos plurais. Orgs. Barbosa et al. 2022. P.67-90.
LUGONES, María. Colonialidad y género. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, n..9: 73-101, julio-diciembre 2008.
Macedo de Lucas, Isabella. Reflexões de uma iminente psicóloga: por uma formação em psicologia atenta à decolonialidade. In: Islam , decolonialidade e(m) diálogos plurais. Orgs. Barbosa et al. 2022. p.55-67
MAGNANI, J. G. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1998.
MAGNANI, J. G. De perto e de dentro: notas para uma etnografi a urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 49, p. 11-29, 2002.
MALINOWSKI, B. 2005 [1922]. Argonauts of the Western Pacific: An Account of Native Enterprise and Adventure in the Archipelagoes of Melanesian New Quinea, London, Routledge
MATTA, Roberto da. Relativizando: uma introdução à antropologia social. São Paulo : Rocco, 1991. MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo : EDUSP, 1974.
MATSUE, REGINA YOSHIE; Pereira, Pedro Paulo Gomes. -QUEM SE DIFERENCIA APANHA- (DERU KUI HA WATARERU): EXPERIÊNCIA ETNOGRÁFICA, AFETO E ANTROPOLOGIA NO JAPÃO. MANA (UFRJ. IMPRESSO), v. 23, p. 427-454, 2017.
MARCUS, G. Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografi as sobre a modernidade no fi nal do século XX ao nível mundial. Revista de Antropologia, v. 34, p. 197-221, 1991.
Nascimento e Silva,Daniel SIGNOS INJURIOSOS: SABA MAHMOOD, OS CARTUNS DINAMARQUESES E O DEBATE SOBRE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS In: Debates do NER, Porto Alegre, ano 19, n. 36, p. 91-110, ago./dez. 2019https://seer.ufrgs.br/index.php/debatesdoner/article/view/99734/55823
NIEL, M. ; Pereira, Pedro Paulo Gomes . Àwn Ìyà Awo, as senhoras do segredo na big apple: mulheres nas práticas de Candomblé na cidade de Nova Iorque (EUA). ANTROPOLÍTICA: REVISTA CONTEMPORÂNEA DE ANTROPOLOGIA, v. 47, p. 168-190, 2020.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso. O trabalho do antropólogo. São Paulo: UNESP, 2000.
Paiva, Camila, M. Corpo, mente e coração: saúde mental de mulheres muçulmanas brasileiras. Tese de Doutorado em Psicologia/ Programa de Pós em Psicologia. USP Ribeirão Preto, 2022.
PEIRANO, Mariza. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.
PEIRANO, Marisa. Etnografia, ou a teoria vivida
https://journals.openedition.org/pontourbe/1890#quotation
Pereira, Alexandre Barbosa. (2017) Do controverso chão da escola às controvérsias da etnografia: aproximações entre antropologia e educação. Horizontes Antropológicos, 23. DOI: 10.1590/s0104-71832017000300006
PEREIRA, Luena N. N. 2020. Alteridade e raça entre África e Brasil: branquidade e descentramentos nas ciências sociais brasileiras. Revista de Antropologia, v. 63, n. 2, p. 1-14, https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/170727/163192
PINHEIRO-MACHADO, R. (org.) Curso de escrita acadêmica. https://www.youtube.com/channel/UCcyeKCzM2UmaSqUZyRfzIFA
SILVA, Deisiane Amorim da. Silva, Érica Quinaglia. (2020) Saúde mental no enfoque das mulheres afetadas pelo Zika vírus: um estudo etnográfico no Estado do Pará, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 36. DOI: 10.1590/0102-311x00100019
TOMASSI, Bianca, C.T. ; BARBOSA-FERREIRA, Francirosy Campos . Dos primeiros aos
últimos poetas: a intersecção entre Hip Hop e Islã. R@U : Revista de Antropologia Social dos
Alunos do PPGAS-UFSCAR, v. 3, p. 30-50, 2011.
SAID, Edward. Orientalism. New York, Pantheom, 1978.
SAHLINS, Marshall. 1997. O ‘pessimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção (Parte I). Mana, vol. 3, n. 1, p. 41- 73, https://www.scielo.br/j/mana/a/4xFgqqMPbXLHGc8xkfXBCVH/?format=pdf&lang=pt
______. 1997. O ‘pessimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção (Parte II). Mana, vol. 3, n. 2, p. 103-150, https://www.scielo.br/j/mana/a/LNRkjYm6krSRbSfSFW49NLL/?format=pdf&lang=pt
STRATHERN, Marilyn. 2014 [1996]. O efeito etnográfico. São Paulo: Cosac Naify, cap. 7: O conceito de sociedade está teoricamente obsoleto?, p. 231-239.
SEGATO, Rita L. Género y colonialidad: en busca de claves de lectura y de un vocabulario estratégico descolonial. In: Quijano, Aníbal y Julio Mejía Navarrete (eds.): La Cuestión Descolonial. Lima: Universidad Ricardo Palma - Cátedra América Latina y la Colonialidad del Poder, 2010
SILVA, Vagner G. O antropólogo e sua magia. São Paulo: EDUSP, 2000. (Caps. 7 ao 13 – pp. 66-118)
Veja no campo Observação
Forma de avaliação:
O aluno deverá elaborar uma etnografia de conclusão de disciplina até 10 páginas (sem contar capa e referências bibliográficas), com base na bibliografia da disciplina.
Serão atribuídas notas a seminários, provas e/ou trabalhos. A nota final será calculada pela média das notas obtidas pelo aluno. Essa nota final seguirá as seguintes equivalências:
I – A – Excelente, com direito a crédito: equivale a nota final de 8,5 a 10;
II – B – Bom, com direito a crédito: equivale a nota final de 7 a 8,4;
III – C – Regular, com direito a crédito: equivale a nota final de 5 a 6,9;
IV – R – Reprovado, sem direito a crédito: equivale a nota final de 0 a 4,9.
Unidade 1 – Etnografia a partir dos clássicos da Antropologia
Unidade 2- Afetos e Violências
Unidade 3 – escritas decoloniais/ escritas em interface com a psicologia
Unidade 4 – etnografias da Saúde