Ao final da disciplina os alunos deverão ser capazes de:
a) Descrever os principais modelos e teorias cognitivas utilizados para explicar os processos de leitura e escrita e sua aprendizagem (Modelo de dupla-rota; Abordagens de estágios);
b) Compreender o conceito de habilidades metalinguísticas, apreendendo sua relação com a aprendizagem da leitura e escrita, particularmente no que se refere à consciência fonológica;
c) Identificar as principais hipóteses sobre as origens das dificuldades e transtornos de leitura com base nas habilidades cognitivas subjacentes e nos modelos estudados
d) Analisar aspectos teórico-metodológicos envolvidos nas pesquisas básicas e aplicadas voltadas à compreensão dos processos de aprendizagem da leitura e escrita e seu possível impacto nas políticas educacionais
O estudo dos processos de leitura e escrita, incluindo as habilidades e dificuldades envolvidas em sua aprendizagem, tem se constituído em um tema de crescente interesse na pesquisa psicológica, devido à sua relevância, tanto básica quanto aplicada. Uma das áreas da Psicologia que mais tem se dedicado ao estudo do tema é a abordagem cognitiva do processamento de informação, no seio da qual se insere o estudo das habilidades metalinguísticas, enquanto importantes fatores a serem considerados nos processos de ensino e de aprendizagem da leitura e escrita. O crescente número de estudos a respeito das relações entre leitura, escrita e habilidades metalinguísticas, tanto na literatura nacional quanto internacional, atesta a fecundidade do tema e a importância da abordagem do mesmo em Programas de Pós-Graduação em Psicologia.
Alfabetização, letramento e literacia: especificidades e relação entre os conceitos; Os sistemas alfabéticos de escrita: origem, evolução e características; Processos de Leitura e escrita: modelos cognitivos no leitor hábil e no aprendiz; Habilidades Metalinguísticas e aprendizagem da leitura e escrita: consciência fonológica, morfológica, sintática e (meta)textual; Distúrbios na aprendizagem da leitura e escrita: as dislexias do desenvolvimento; Evidências científicas sobre a aprendizagem da leitura e escrita e políticas públicas em educação.
Albano, D., Garcia, R. B., & Cornoldi, C. (2016). Deficits in working memory visual-phonological binding in children with dyslexia. Psychology & Neuroscience, 9(4), 411–419. https://doi.org/10.1037/pne0000066
Araújo, S., Faísca, L., Petersson, K. M., & Reis, A. (2011). What does rapid naming tell us about dyslexia? Avances en Psicología Latinoamericana, 29(2), 199–213.
Barrera, S. D. & Maluf, M. R. (2003). Consciência metalinguística e alfabetização: um estudo com crianças da 1a. série do ensino fundamental. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16(3), 491-502.
Barrera, S. D. (2023). Relações Entre Consciência Fonológica e Aprendizagem da Leitura e
Escrita: Breve Histórico e Questões em Aberto. In: L. da R. Piccolo, J. F. de Salles e V. G. Haase (Orgs) . Neuropsicologia dos transtornos de aprendizagem: contribuições de pesquisas brasileiras. São Paulo, Hogrefe.
Cardoso-Martins, C., Correa, M.F & Marchetti, P. M. T. (2008). O conhecimento do nome das letras e o desenvolvimento inicial da escrita: o caso do português do Brasil. In: M. R. Maluf e S. R. K. Guimarães. (Orgs.) Desenvolvimento da linguagem oral e escrita (p.137-154). Curitiba: Editora da UFPR.
Daniels, P. T., & Share, D. L. (2018). Writing system variation and its consequences for reading and dyslexia. Scientific Studies of Reading, 22(1), 101–116. https://doi.org/10.1080/10888438.2017.1379082
Dehaene, S. (2013). Os neurônios da leitura. Porto Alegre: Artes Médicas.
Duke, N. K. & Cartwright, K. B. (2021).The Science of Reading Progresses: Communicating Advances Beyond the Simple View of Reading. Reading Research Quarterly, 56 (S1), 25-44
Ehri, L. C. (2005). Learning to Read Words: Theory, Findings, and Issues. Scientific Studies of Reading, 9(2), 167–188. https://doi.org/10.1207/s1532799xssr0902_4
Ehri, L. C. (2013). O desenvolvimento da leitura imediata de palavras: Fases e estudos. Em M. J. Snowling & C. Hulme (Orgs.), A ciência da leitura (p. 154–172). Penso.
Ellis, A. L. (1995). Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas.
Frith, U. (1985). Beneath the surface of developmental dyslexia. In: K. E. Patterson, J. C. Marshall, & M. Coltheart, Surface dyslexia (p. 301–330). Erlbaum.
Godoy, D. M. A. (2016). Aprender a escrever: Contribuição das habilidades de consciência fonêmica, nomeação seriada rápida e memória de trabalho. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 11 (n. esp. 4), 2558–2575. http://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.n.esp4.9209
Gombert, J. E. (1990). Le développement métalinguistique. Paris: PUF.
Gombert, J. E. (2003). Atividades metalinguísticas e aprendizagem da leitura. In: M. R. Maluf (Org.) Metalinguagem e aquisição da escrita: contribuições da pesquisa para a prática da alfabetização (p.19-63). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Guimarães, S. R. K. & Paula, F. V. de (2019). Compreensão da leitura: processos cognitivos e estratégias de ensino. São Paulo: Vetor.
Hatcher, P. J.; Hulme, C.; Snowling, M. J. (2004).Explicit phoneme training combined with phonic reading instruction helps young children at risk of reading failure. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 45, 338-358.
Maluf, M. R. (2005). Ciência da Leitura e Alfabetização Infantil: Um enfoque metalinguístico. Boletim Academia Paulista de Psicologia, vol. XXV, 2, 55- 62.
Maluf, M. R. & Cardoso-Martins, C. (2013) Alfabetização no século XXI: como se aprende a ler e a escrever. Porto Alegre: Penso.
Ministério da Educação. (2021). Relatório Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (RENABE). http://alfabetizacao.mec.gov.br/images/pdf/renabe_web.pdf
Morais, J., Leite, I., & Kolinsky, R. (2013). Entre a pré-leitura e a leitura hábil: Condições e patamares da aprendizagem. Em Alfabetização no século XXI: como se aprende a ler e a escrever (p. 17–48). Penso.
Mota, M. M. P. E. da (2009). Desenvolvimento Metalinguístico: questões contemporâneas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Pinheiro, A. M. V., & Scliar-Cabral, L. (2017). Dislexia: Causas e consequências. Editora UFMG.
Queiroga, B. Lins, L. & Roazzi, A. (2008).Dificuldades impostas pela morfossintaxe para a apropriação ortográfica do português: evidências empíricas e implicações educacionais. In: M. R. Maluf e S. R. K. Guimarães (Orgs.) Desenvolvimento da linguagem oral e escrita. (p.235-252). Curitiba: Editora UFPR.
Roberts, T. A. (2021). Learning Letters: Evidence and Questions From a Science-of-Reading Perspective. Reading Research Quarterly, 56 (S1), 171-192.
Salles, J. F. (2004). As dislexias do desenvolvimento: aspectos neuropsicológicos e cognitivos. Interações, 9 (17), 109-132.
Santos, M. J. de & Barrera, S. D. (2019). Aprender a ler e escrever: bases cognitivas e práticas pedagógicas. São Paulo: Vetor.
Snowling, M. J. & Hulme, C. (2013). A Ciência da Leitura. Porto Alegre: Penso.
Soares, M. (2004). Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Rev. Bras. Educ., 25, .5-17.
Spinillo, A. G. & Correa, J. (2019). A escrita de textos por crianças: limites, possibilidades e implicações educacionais. São Paulo: Vetor.
Tunmer, W. E.; Pratt, C. & Herriman, M. L. (1984). Metalinguistic awareness in children: theory, research and implications. New York: Springer-Verlag
Vellutino, F.R., Fletcher, J.M., Snowling, M.J., & Scanlon, D.M. (2004). Specific reading disability (dyslexia). What have we learned in the past four decades? Journal of Child Psychology and Psychiatry, 45(1), 2-40.
Vellutino, F.R., Tunmer, W.E., Jaccard, J.J., & Chen, R. (2007) Components of reading ability: Multivariate evidence for a convergent skill model of reading development. Scientific Studies of Reading, 3-32.
Viana, F. L., Ribeiro, I. & Barrera, S. D. (2017). DECOLE: Desenvolvendo competências de letramento emergente. Porto Alegre: Penso
- Atividades de estudo (Resenhas, estudos dirigidos, seminários) (50%);
- Trabalho final (50%)
CONCEITOS QUE SERÃO ATRIBUÍDOS NA DISCIPLINA:
A nota final será calculada pela média aritmética das notas das duas formas de avaliação: Estudo (50%) e Trabalho final (50%). Essa nota final seguirá as seguintes equivalências:
O conceito A equivale a nota final de 9,0 a 10,0
O conceito B equivale a nota final de 7,0 a 8,9
O conceito C equivale a nota final de 5,0 a 6,9
O conceito R equivale a nota final de 0 a 4,9