O objetivo desta disciplina é oferecer uma base geral sólida sobre as principais patologias neurodegenerativas e suas alterações comportamentais, psicológicas, emocionais e/ou cognitivas enfatizando os mecanismos relacionados à inflamação sistêmica como possível gatilho responsável pela patogênese dessas doenças. Serão apresentados e discutidos modelos animais utilizados atualmente para fortalecer essa hipótese.
As doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer, causam alterações comportamentais, psicológicas, emocionais e/ou cognitivas que muitas vezes são confundidas como sintomas pertencentes ao processo de senescência sendo diagnosticadas tardiamente. Compreender o papel da inflamação sistêmica na patogênese dessas doenças, torna-se essencial para desvendar mecanismos e propor intervenções terapêuticas eficazes. Esse processo pode ser amplamente investigado através da utilização de modelos animais e técnicas experimentais específicas que poderão auxiliar pesquisadores a entender a participação da neuroinflamação sustentada em processos neurodegenerativos que causam as alterações já mencionadas.
Carga horária
Aulas teóricas: 3 horas/semana
Aulas práticas, seminários e discussões: 4 horas/semana
Horas de estudo: 8 horas/semana
Período: 2 semanas
Aula teóricas
1 – A relação dos processos inflamatórios com o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer e outras demências não relacionadas (2h).
2 – Participação da inflamação sistêmica induzida por sepse na patologia da Doença de Alzheimer em modelos animais (1h).
3- Sepse como um modulador do microbioma intestinal e um fator de risco para a Doença de Alzheimer (2h).
4- Estratégias para prevenir ou retardar a progressão da Doença de Alzheimer: abordagem com foco na ativação glial sustentada e neuroinflamação (1h).
Seminários
1- Fisiopatologia da Doença de Alzheimer e alterações comportamentais/cognitivas (2h).
2- Sepse e inflamação sistêmica (2h).
3- Encefalopatia séptica e neurodegeneração (2h)
4- O papel das células gliais na inflamação do cérebro (2h).
Barichello T, Giridharan VV, Catalão CHR, et. al. Neurochemical effects of sepsis on the brain. Clin Sci (Lond) 31, 401-414, doi: 10.1042/CS20220549 (2023).
Basak JM, Ferreiro A, Cohen LS, et al. Bacterial sepsis increases hippocampal fibrillar amyloid plaque load and neuroinflammation in a mouse model of Alzheimer's disease. Neurobiol Dis 152:105292, doi: 10.1016/j.nbd.2021.105292 (2021).
Catalão, C. H. R. et al. Simvastatin Prevents Long-Term Cognitive Deficits in Sepsis Survivor Rats by Reducing Neuroinflammation and Neurodegeneration. Neurotox Res 38, 871-886, doi:10.1007/s12640-020-00222-z (2020).
Catumbela CSG, Giridharan VV, Barichello T, et al. Clinical evidence of human pathogens implicated in Alzheimer's disease pathology and the therapeutic efficacy of antimicrobials: an overview. Transl Neurodgener, 12:37, doi: 10.1186/s40035-023-00369-7 (2023).
Dominy, S. S. et al. in Alzheimer's disease brains: Evidence for disease causation and treatment with small-molecule inhibitors. Sci Adv 5, eaau3333, doi:10.1126/sciadv.aau3333 (2019).
Duran-Aniotz, C. et al. Aggregate-depleted brain fails to induce Aβ deposition in a mouse model of Alzheimer's disease. PLoS One 9, e89014, doi:10.1371/journal.pone.0089014 (2014).
Giridharan VV, Catumbela CSG, Catalão CHR, et al. Sepsis exacerbates Alzheimer's disease pathophysiology, modulates the gut microbiome, increases neuroinflammation and amyloid burden. Mol Psychiatry, doi: 10.1038/s41380-023-02172-2 (2023).
Moir, R. D., Lathe, R. & Tanzi, R. E. The antimicrobial protection hypothesis of Alzheimer's disease. Alzheimers Dement 14, 1602-1614, doi:10.1016/j.jalz.2018.06.3040 (2018).
Schuler, A. et al. The Impact of Acute Organ Dysfunction on Long-Term Survival in Sepsis. Crit Care Med 46, 843-849, doi:10.1097/CCM.0000000000003023 (2018).
Singer, M. et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA 315, 801-810, doi:10.1001/jama.2016.0287 (2016).
Stubbs, D. J., Yamamoto, A. K. & Menon, D. K. Imaging in sepsis-associated encephalopathy--insights and opportunities. Nat Rev Neurol 9, 551-561, doi:10.1038/nrneurol.2013.177 (2013).
Wang, L. M. et al. Lipopolysaccharide endotoxemia induces amyloid-β and p-tau formation in the rat brain. Am J Nucl Med Mol Imaging 8, 86-99 (2018).
Widmann, C. N. & Heneka, M. T. Long-term cerebral consequences of sepsis. Lancet Neurol 13, 630-636, doi:10.1016/S1474-4422(14)70017-1 (2014).
Será avaliado o domínio do conhecimento abordado pela apresentação de seminário durante a disciplina, por meio de perguntas e respostas.
O aproveitamento do aluno será expresso por um dos seguintes conceitos:
A- Excelente, com direito a crédito
B- Bom, com direito a crédito
C- Regular, com direito a crédito
R- Reprovado, sem direito a crédito
Mínimo de cinco alunos e máximo 10.