No final dos anos 90, a dor veio a ser considerada como o quinto sinal vital na literatura médica. Seu registro rotineiro após temperatura, pulsação, pressão arterial e respiração, passou a se constituir a imprescindível responsabilidade do clínico para atender adequadamente ao sofrimento dos pacientes que estão a seu cuidado. Por causa disso, o uso de escalas de mensuração de dor, sejam verbais, faciais ou numéricas, foi incorporado dentro de variados contextos clínicos e, muitas delas, tornaram-se populares para médicos e enfermeiras que, frequentemente, usam-nas para mensurar a dor.
Este desenvolvimento também parece reforçar a validade dos métodos adotados pelos clínicos para avaliar a eficácia de diferentes analgésicos. Dor que, registrada como um quinto sinal vital, de acordo com os registros dos pacientes, varia em severidade ao longo do tempo, colocando o fenômeno pareado a outros parâmetros clínicos objetivos. De fato, avaliar a dor forma a pedra fundamental de seu tratamento. Sem uma avaliação adequada os clínicos não podem saber se suas intervenções são efetivas ou não. Medidas confiáveis e válidas de dor também são críticas para compreender a eficiência de analgésicos e de outros tratamentos em práticas clínicas. Por ser a avaliação de dor necessária ao seu tratamento efetivo, tudo o que contribui para um maior conhecimento sobre sua mensuração, também contribui para diminuí-la e aliviar o sofrimento por ela causado. Esta disciplina: neuropsicometria da dor contribui, de maneira importante e significativa, para se compreender a avaliação de dor, bem como, entender o quão desafiador é o processo de entender e compreender o fenômeno da dor. A disciplina é prática. Nela são enfocados os temas centrais acerca da avaliação de dor, incluindo informações fundamentais e necessárias sobre mensuração, psicometria e psicofísica. Ela também ao estudioso informações-chave sobre as escalas clínicas, unidimensionais e multidimensionais, mais comumente empregadas para avaliar e mensurar a dor.
Unidade 1
Experiências da dor
Aspectos Antropológicos da dor
A dor e o mal: da Bíblia ao Corão
A construção social da dor
Unidade 2
Os dilemas da dor
Da incidência e custos
Do quinto sinal vital
Da definição
Das diferenças individuais
Unidade 3
A dor como uma sensação
A dor como um problema psicofísico
Dor clínica versus dor experimental
Por que mensurar a dor?
A linguagem da dor
Unidade 4
A natureza das medidas de dor
Avaliação versus mensuração
A validade das medidas de dor
A fidedignidade das medidas de dor
A utilidade das medidas de dor
Unidade 5
A mensuração dos limiares e da magnitude da intensidade de dor
Métodos psicofísicos para mensuração de dor
Psicofísica da dor
A relação funcional entre sensação de dor e estímulos dolorosos
Metodologia psicofísica e analgesia
Unidade 6
Mensuração dos atributos hedônicos, afetivos e cognitivos da dor
As múltiplas dimensões da dor
Dissociando os componentes sensoriais e afetivos da sensação de dor
As dimensões da dor experimental
As dimensões da dor clínica
Unidade 7
Escala de Categoria Numérica Mensuração da dor clínica: escalas unidimensionais
Escala Analógica Visual
Escala de Categoria Verbal
Escala Facial de Dor
Unidade 8
Mensuração de dor clínica: escalas multidimensionais
Inventário Breve Dor
Questionário McGill de Dor
Perfil da Percepção de Dor
Inventário Multidimensional de Dor
Unidade 9
Avaliação e mensuração de dor clínica em populações especiais (recém-nascidos, crianças, idosos, portadores de deficiência)
Sistema de Codificação Facial Neonatal
Escala de Avaliação de Dor no Recém-nascido
Escala para Avaliação de Dor Pós-operatória do Recém-nascido
Avaliação de dor em unidade de terapia intensiva neonatal
Unidade 10
Abordagens farmacológicas e cirúrgicas para controle da dor
Tratamentos não farmacológicos da dor
Unidade 11
Diferenças entre homens e mulheres na dor: mais do que um assunto de percepção
Unidade 12
Dor: Do inato ao adquirido
Clínicas de dor
Da Silva, J.A., & Ribeiro-Filho, N.P. (2006). Avaliação e mensuração de dor: Pesquisa,
teoria e prática. Ribeirão Preto: FUNPEC-Editora.
Da Silva, J.A., Ribeiro-Filho, N.P., Matsushima, E.H. (2010). Mensurando o quinto sinal
: A dor. Ribeirão Preto: FUNPEC-Editora.
Da Silva, J.A. (2012) Avaliação e mensuração da dor clínica. Ribeirão Preto: FUNPEC-Editora.
Vide Campo Observação
Forma de avaliação: O processo de avaliação consistirá na elaboração de um ensaio científico sobre o "fenômeno da dor" e suas implicações para a pesquisa, teoria e prática clínica-hospitalar.
Os interessados deverão fazer obrigatoriamente a leitura prévia de cada unidade antes de adentrar às aulas