Fornecer as bases práticas para conhecimento e interpretação da morfologia externa e interna de insetos adultos em uma perspectiva comparativa. Esta disciplina complementará a disciplina “Morfologia Comparativa de Hexapoda - Módulo 1” por meio de atividades práticas que ilustrarão conceitos e permitirão um aprofundamento técnico (prático) e teórico sobre os temas de estudo. Esta disciplina consistirá em um módulo avançado e opcional a discentes que cursarem o Módulo 1, sendo especialmente dirigida a estudantes de morfologia e taxonomia (solicita-se o contato com docente responsável previamente à matrícula para discussão das particularidades da disciplina e preparação de material de estudo). Serão enfatizados neste módulo a estrutura esquelética externa, projeções e estruturas internas de insetos adultos. Dois objetivos complementares serão (a) identificar a melhor forma de analisar a morfologia de seu objeto de estudo (i.e., grupo de insetos) de maneira a ter sucesso na extração das informações de interesse para sua pesquisa; (b) preparar e apresentar de forma clara e esteticamente atraente a documentação pictórica derivada da investigação anatômica.
A aquisição de conhecimentos práticos sobre a morfologia de um táxon e habilidades para seu estudo empírico são fundamentais para a formação de profissionais nas ciências comparativas. Historicamente, a pesquisa anatômica mostrou-se fundamental na interpretação da diversidade animal e atualmente contamos com uma variedade de abordagens tradicionais e outras recentemente desenvolvidas que, conjuntamente, têm papel importante na investigação e documentação morfológica de insetos. Nas últimas décadas, a morfologia tem ganhado impulso com o avanço de novas tecnologias, abrindo novas perspectivas de investigação, ampliando e acelerando o acesso a informações morfológicas. A disciplina terá como propósito apresentar aos discentes uma visão geral sobre os potenciais e apelo visual frequentemente obtido com essas técnicas, de modo integrado à teoria subjacente ao estudo morfológico comparativo.
Esta disciplina será majoritariamente prática e discentes utilizarão representantes de um táxon de seu interesse para a maioria das atividades abordadas na ementa: (1) Segmentação, regionalização do corpo em Hexapoda, tagmose e apêndices. (2) Tagma cefálico e apêndices, com ênfase na estrutura e variação morfofuncional dos apêndices gnatais. (3) Morfologia torácica comparativa: anatomia esquelética e musculatura, apêndices ambulatoriais e asas. (4) Abdômen, sistema digestório e órgãos reprodutivos; morfologia comparada de órgãos de cópula de machos e fêmeas; evolução de estruturas ovipositoras. (5) Sistemas respiratório e nervoso; órgãos sensoriais dos insetos. (6) Técnicas de preparação do material para estudos de morfologia e documentação da morfológica: dissecção, maceração e montagem de lâminas; histologia; tópicos contemporâneos no estudo morfológico de Hexapoda (automontagem de imagens de estereomicroscopia e microscopia óptica; microscopia eletrônica de varredura e transmissão; microscopia confocal; microtomografia computadorizada; reconstrução tridimensional).
(1) Beutel, R.G.; Friedrich, F.; Ge, S.-Q.; Yang, X.-K. (2014) Insect Morphology and Phylogeny. Walter de Gruyter GmbH, Berlin/Boston (2) Boudinot, B. E. (2018) A general theory of genital homologies for the Hexapoda (Pancrustacea) derived from skeletomuscular correspondences, with emphasis on the Endopterygota. Arthropod Structure & Development, 47, 563–613. (3) Chapman, R.F.; Simpson, S.J.; Douglas, A.E. (2013) The Insects: Structure and Function (5a Ed.). Cambridge University Press. (4) Grimaldi, D.; Engel, M. S. (2004) Evolution of the Insects. Cambridge University Press. (5) Manton, S. M. (1964) Mandibular mechanisms and the evolution of arthropods. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences 247, 1–183. (6) Matsuda, R. (1965) Morphology and evolution of the insect head. Memoirs of the American Entomological Institute, 4, 1–334. (7) Matsuda, R. (1970) Morphology and evolution of the insect thorax. Memoirs of the Entomological Society of Canada, 76, 1–431. (8) Matsuda, R. (1976) Morphology and Evolution of the Insect Abdomen, with Special Reference to Developmental Patterns and their Bearings upon Systematics. Pergamon Press Ltd. (9) Naumann, I.D.; Carne, P.B.; Lawrence, J.F.; Nielsen, E.S.; Spradbery, J.P.; Taylor, R.W.; Whitten, M.J.; Littlejohn, M.J. [Eds.] (1990) The Insects of Australia. A Textbook for Students and Research Workers (2a. Ed.). Division of Entomology, Commonwealth Scientific and Industrial Organisation, Melbourne University Press. (10) Rafael, J.A.; Melo, G.A.R.; Carvalho, C.J.B.; Casari, S.A.; Constantino, R. [Eds.] (2012) Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Holos Editora. (11) Scudder, G.G.E. (1971) Comparative morphology of insect genitalia. Annual Review of Entomology, 16, 379-406. (12) Smith, E.L. (1969) Evolutionary morphology of external insect genitalia. 1. Origin and relationships to other appendages. Annals of the Entomological Society of America, 62, 1051-1079. (13) Snodgrass, R.E. (1935) Principles of Insect Morphology. McGraw-Hill Company, New York. (14) Tuxen, S.L. [Ed.] (1970) Taxonomists Glossary of Genitalia in Insects (2a Ed). Munksgaard, Copenhagen. Artigos selecionados dos seguintes periódicos: Annals of the Entomological Society of America, Annual Review of Entomology; Arthropod Structure and Diversity; Cladistics; Insect Molecular Biology; Insect Systematics and Diversity; Journal of Morphology; Systematic Biology; Systematic Entomology; Zoological Journal do the Linnean Society; entre outros. Anualmente novas publicações pertinentes são incluídas e a bibliografia geral para Hexapoda será necessariamente complementada por manuais e tratados de referência para a morfologia dos táxons específicos investigados.
Vide Campo Observação
Forma de avaliação: Seminários (20%). Trabalho final individual (80%): apresentação de uma prancha no formato de publicação com as imagens obtidas dos materiais preparados em aulas práticas (serão avaliadas a qualidade das preparações - 40% e a qualidade e clareza das informações - 40%).