Taxonomia Zoológica e Princípios Nomenclaturais

5925929-1
Pós-Graduação

Origem:

Biologia Comparada
Biologia Comparada

Vigência

04/05/2023
04/05/2023
2023-04-24 00:00:00

Carga Horária

1 horas
1 horas
1 horas
30 horas
2
10 semanas

Responsável:

Eduardo Andrade Botelho de Almeida
04/05/2023
04/05/2023
04/05/2023
24/04/2023



Este curso tem, como objetivo principal, fornecer o embasamento crítico para a apreciação dos princípios teórico-práticos da nomenclatura taxonômica em Zoologia, atividade fundamental para a descrição da diversidade biológica. Para isso, serão explorados os fundamentos históricos e conceituais da taxonomia, mas a ênfase da disciplina será sobre a interpretação do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica e aplicação de seus artigos. Através de aulas teórico-práticas e estudos de casos taxonômicos, será explorada a aplicação das regras de nomenclatura em Zoologia. A disciplina contemplará ainda um panorama dos rumos atualmente disponíveis para a pesquisa taxonômica.


A taxonomia possui uma importância crítica na pesquisa biológica por fundamentar a descrição da biodiversidade. A história da taxonomia como ciência é marcada por propostas alternativas para os princípios da descrição e organização de toda a diversidade de organismos atuais e fósseis. As controvérsias mais sérias levantadas por alguns pesquisadores estão relacionadas à suposta incapacidade dos princípios e métodos taxonômicos tradicionais de alcançar seus objetivos primários (i.e., descrição e catalogação da biodiversidade) e de incorporar avanços conceituais da biologia evolutiva e filogenética. Assim como há propostas para a substituição integral das práticas taxonômicas tradicionais por sistemas alternativos, há também opiniões mais moderadas, que defendem a assimilação de novos conceitos, técnicas ou abordagens ao arcabouço teórico-prático tradicionalmente adotado. Esta disciplina consistirá em uma exploração dos fundamentos da prática taxonômica atual contidos na nomenclatura zoológica descrita em sua principal obra: o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. Somente com o domínio dos princípios que regem a aplicação prática da nomenclatura zoológica pode-se realizar pesquisa taxonômica de qualidade na área, com a devida consciência da relevância dos princípios de nomeação formal.


Classificações biológicas, hierarquias, reconhecimento e descrição da biodiversidade. Relação entre definições de taxonomia, sistemática e biologia filogenética. Histórico da taxonomia e da elaboração dos códigos internacionais de nomenclatura: zoológico, botânico, microbiológico, virológico; a proposta de um código biológico unificado: o BioCode; propostas alternativas para lidar com diversidade biológica: o código filogenético (PhyloCode). Principais regras para garantir a estabilidade e a universidade dos nomes de táxons. Tipificação, categorias e níveis taxonômicos: seus significados, interpretações possíveis, limitações e justificativas. Nomenclatura vs. taxonomia. Regras de nomenclatura: justificativas e objetivos. A estrutura Código Internacional de Nomenclatura Zoológica: objetivos, definição e escopo; nomenclatura binominal, critérios de publicação, ritérios de disponibilidade, datas de publicação, validade dos nomes e dos atos nomenclaturais e princípio da prioridade, formação e tratamento dos nomes, nomes dos grupos da família, gênero e espécie e princípio da coordenação, autoria, homonímia e princípio da homonímia, tipo em nomenclatura e princípio da tipificação, sinonímia (sinônimos objetivos e subjetivos), designação de espécie-tipo, combinações originais e novas, série tipo e tipos nomenclaturais (holótipo, lectotótipos, neótipos etc.), publicação taxonômica. Características esperadas de bons sistemas classificatórios: estabilidade, flexibilidade, universalidade, continuidade, simplicidade, eficiência em armazenamento de dados e comunicação de conceitos. Requisitos para o desenvolvimento de pesquisa taxonômica: treinamento de especialistas; o papel das coleções biológicas; publicação e registro de nomes (nomina); disponibilização e disseminação da informação (bancos de dados, web, ferramentas para associação de informações).


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Textos selecionados dos periódicos: Biological Journal of the Linnean Society, Biology & Philosophy, Bionomina, The Botanical Review, Cladistics, Proceedings of the Royal Society, Systematic Biology, Systematic Zooloogy, Taxon, Zoological Journal of the Linnean Society, Zoologica Scripta, Zootaxa entre outros. Códigos de nomenclatura taxonômica: International Association for Plant Taxonomy (2006) International Code of Botanical Nomenclature (Vienna Code); online: http://ibot.sav.sk/icbn/main.htm. The International Committee on Bionomenclature (1997) Draft BioCode: http://www.bgbm.org/iapt/biocode/. International Commission on Zoological Nomenclature (1999) International Code of Zoological Nomenclature (4a ed.); online: http://www.iczn.org/iczn/index.jsp


Seminários e trabalhos teórico-práticos. As notas dos seminários exercícios e dos trabalhos comporão a nota final, de acordo com a fórmula a seguir:
Nota final = (Média das notas dos seminários + Média das notas dos trabalhos teórico-práticos)/2
O conceito final será definido pelo seguinte intervalo de notas: 0 a 4,9 (R - reprovado), 5,0 a 6,9 (conceito C), 7,0 a 8,9 (conceito B) e 9,0 a 10,0 (conceito A).


Modalidade de ensino: ( X ) Presencial; ( ) Remoto; ( ) Híbrido;

Justificativa (no caso de disciplinas de forma remota ou híbrida): não se aplica.

Porcentagem não presencial (0-100%): 0%

As aulas não-presenciais serão: não se aplica.

Detalhamento das atividades a serem desenvolvidas de forma presencial e de forma remota, com discriminação do tempo das atividades realizadas: Todas as atividades serão realizadas de forma presencial.

Detalhamento do material que será disponibilizado para os discentes: Os materiais serão disponibilizados como arquivos digitais distribuídos por e-mail ou cópias impressas.

Plataforma a ser utilizada: não se aplica.

Descreva sobre a necessidade da presença dos discentes e/ou docentes na Universidade: Será essencial a presença dos discentes e do docente na Universidade, pois trata-se de disciplina presencial.

Descrição da interação entre discentes e docentes (frequência da interação, ferramentas a serem utilizadas, horários, e-mail, chat etc.): A interação com os alunos ocorrerá durante as aulas, complementado por comunicações do docente à turma por e-mail.

Forma de controle da frequência dos alunos nas aulas: Será realizado controle de presença no início de cada aula.

Descrição da necessidade do uso de câmera e microfone por parte dos discentes: não se aplica.

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