Paleobiologia de Sistemas e a Irradiação dos Metazoários

5925916-1
Pós-Graduação

Origem:

Biologia Comparada
Biologia Comparada

Vigência

07/02/2019
07/02/2019
2019-01-28 00:00:00

Carga Horária

20 horas
5 horas
5 horas
60 horas
4
2 semanas

Responsável:

Mirian Liza Alves Forancelli Pacheco
07/02/2019
07/02/2019
07/02/2019
28/01/2019



Oferecer aos alunos os conhecimentos mais recentes sobre novas abordagens sistêmicas em Paleobiologia e suas aplicações e implicações em diversas áreas da Biologia (e.g. Evolução, Morfologia, Fisiologia). Especial ênfase será dada aos fenômenos e epifenômenos relacionados a origem, radiação e diversificação dos animais.


Vida e planeta fazem parte de um longo processo coevolutivo, que teve início há mais de 3,5 bilhões de anos, e do qual pouco compreendemos em profundidade. Isso se reflete na Paleontologia como ciência, que depende do escopo teórico-metodológico da Biologia e da Geologia. A relação entre essas áreas se torna ainda mais íntima e evidente nos estudos sobre fósseis do Pré-Cambriano. Contudo, em qualquer contexto temporal, o organismo fóssil e ambiente (que hoje pode ser representado pelas rochas em que os fósseis se preservam) não devem ser entendidos como entidades independentes. Em especial, durante o Proterozoico, ambiente e organismos estabeleceram relações de emergência e feedback, que resultaram em mudanças na atmosfera, na química dos oceanos, e, de volta, na vida, culminando, por exemplo, na radiação dos animais.
Neste contexto, a Paleobiologia de Sistemas (PS) se propõe a interpretar e compreender a história e a evolução da vida atrelada à história dos ambientes na Terra, por meio de diferentes métodos de teste de hipóteses (e.g. Tafonomia experimental) e pontes conceituais (e.g. Fisliologia).
Observação e experimentação são os métodos que dominam a ciência. A Paleobiologia de Sistemas inova no sentido de unir e investigar as relações entre ambiente e organismos, no esforço de enriquecer as deduções sobre o registro fóssil, e permitir que algumas interpretações se tornem compreensões. Essa concepção reúne aspectos importantes sobre a interdisciplinaridade inerente à interface Geologia/Biologia, importantes para definição e compreensão de ambientes pretérios e estruturação de ecossistemas. Essas novas abordagens também têm contribuído no entendimento de causa e efeito entre os processos que levaram a radiações biológicas e extinções.


(1) A revolução paleobiológica e a história do pensamento evolutivo; (2) habitabilidade: o sistema Terra/biosfera; (3) vida: fenômenos e epifenômenos; (4) os primeiros engenheiros de ecossistemas e a grande poluição global; (5) multicelularidade simples e complexa; (6) o Dilema de Darwin e as revoluções dos substratos; (7) extinções como geradoras de diversidade biológica; (8) testando hipóteses no registro fóssil: observação e experimentação; (9) O potencial do registro fossilífero brasileiro para pesquisas em Paleobiologia de Sistemas.


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Vide Campo Observação


Forma de avaliação: A linha mestra dessa disciplina será o desenvolvimento de um projeto pelos alunos, com base em atividades práticas de observação e experimentação. Neste sentido, eles serão estimulados a participar de forma ativa nas aulas e na construção do conhecimento, e, desta forma, serão avaliados, por meio da discussão de artigos científicos (baseada na análise crítica do texto e suas aplicações no projeto) e vídeos curtos de divulgação científica (e.g. TED talks, SciShow, PBSEons). Essa estratégia de avaliação/ensino é processual e visa a resolução de problemas e desafios por meio da elaboração e teste de hipóteses e explanações. Desta forma o contato dos alunos com o universo prático da Paleobiologia de Sistemas, bem como com os novos desafios da Paleontologia enquanto ciência serão estimulados nessa disciplina e terão a finalidade de consolidar os conhecimentos teóricos dos alunos.

Para as aulas práticas desta disciplina serão necessários espaços de laboratório. Diante da disponibilidade da instituição, está prevista um dia de visitação ao Sirius (acelerador de elétrons de Campinas) e/ou ao IF/USP.

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